Lula convoca reunião de emergência com ministros após anúncio de Trump
Fontes do governo brasileiro afirmam que a decisão do governo norte-americano de incluir na carta a situação jurídica de Bolsonaro foge do plausível e extrapola a possibilidade de negociação entre os dois países.
09/07/2025 19h30
O presidente Lula (PT) convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto para debater o anúncio sobre aumento de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já estava com o presidente do momento do anúncio da taxa. O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações exteriores, Mauro Vieira, também foram convocados.
Trump anunciou nesta quarta que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.
O presidente norte-americano compartilhou anunciou a nova taxa em carta endereçada a Lula, na sua rede social, Truth Social.
No documento, Trump afirma que a cobrança é necessária tendo em vista a postura do STF (Supremo Tribunal Federal) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele afirma ainda que os EUA têm uma relação injusta com o país.
"A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma desgraça internacional", afirma.
Trump vem anunciando uma série de taxas contra parceiros comerciais nos últimos dias, e mais cedo sinalizou que novas medidas devem ser divulgadas nas próximas horas.
Até o momento, a taxa aplicada ao Brasil é a mais alta. Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia, Sri Lanka e Filipinas estão entre as nações atingidas por tarifas anunciadas nesta quarta, cujas alíquotas vão até 30%.
Segundo Trump, a alíquota de 50% "é muito menor do que o necessário para termos condições de concorrência equitativas que devemos ter com o seu país".
Fontes do governo brasileiro afirmam que a decisão do governo norte-americano de incluir na carta a situação jurídica de Bolsonaro foge do plausível e extrapola a possibilidade de negociação entre os dois países.