Jovem que matou amiga envenenada com bolo de pote dormiu na casa dela no dia do crime

Pai de Ana Luiza, Silvio Ferreira das Neves, afirmou que a adolescente que confessou ter enviado o doce com veneno ?não demonstrou nenhuma reação?

04/06/2025 11h30

Ana Luiza passou mal horas após comer bolo de pote - Foto: Reprodução/Redes sociais

No sábado, Ana Luiza de 17 anos, comeu o bolo de pote que recebeu com um bilhete misterioso, que dizia "um mimo para a garota mais linda que eu já vi", passou mal, foi ao hospital, retornou para casa, e acabou morrendo.

O pai de Ana Luiza, afirmou que a adolescente que confessou ter enviado o doce, era colega da filha e dormiu na casa deles de sábado (31) para domingo (1º).

De acordo com Silvio Ferreira das Neves, no domingo, a filha passou mal novamente, caindo no chão do banheiro, e morreu a caminho do hospital. "Essa menina foi dormir lá em casa, acompanhou o caso todo. Viu [Ana Luiza] passando mal, viu a hora que a levei no hospital e, no outro dia, também viu minha menina caindo no banheiro e não demonstrou nenhuma reação", disse o pai.

Adolescente que matou colega já tinha dado bolo envenenado a outra vítima

A adolescentes de 17 anos apontada como suspeita de matar a jovem Ana Luiza de Oliveira Neves, também de 17 anos, já tinha tentado usar a mesma técnica com outra vítima alguns dias antes. No caso anterior, a jovem chegou a ter um mal estar ao consumir o bolo envenenado, mas se recuperou dos sintomas. Segundo a suspeita, o primeiro crime teria sido motivado após dois de seus namorados a terem deixado para ficar com a outra menina. Já o assassinato de Ana Luiza teria sido cometido por ciúmes. O crime ocorreu em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Segundo o delegado Vitor Santos de Jesus, a adolescente que enviou o bolo tinha "raiva" e "ciúmes" de Ana Luiza. A adolescente confessou ter envenenado o bolo e disse que agiu sozinha.

Ainda de acordo com o delegado, que considera o caso concluído, a jovem que enviou o bolo que estaria envenenado aparentava ter problemas de autoestima e algum desequilíbrio mental. E as duas estudavam em escolas diferentes. A jovem foi apreendida e levada para a Fundação Casa.

O que diz a legislação?

Adolescentes de 12 a 17 anos não são julgados como adultos e não podem ser condenados à prisão. A Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente preveem que atos como homicídio doloso sejam tratados como "atos infracionais", com aplicação de medidas socioeducativas. A mais severa delas é a internação, que pode durar no máximo três anos, mesmo em crimes com morte.