Esposa acusa pastor de agredi-la, trancá-la no quarto e atear fogo na casa em Santa Luzia

O pastor, que está solto, assumiu em um vídeo ter ateado fogo na casa, mas negou as agressões.

04/03/2025 17h00

Foto: Amanda Antunes

Um pastor, de 44 anos, é acusado pela esposa, de 27 anos, de agredi-la, trancá-la no quarto e incendiar a casa onde moram com ela dentro. O caso foi registrado no bairro Córrego das Calçadas, Santa Luzia, na Grande BH, na última sexta-feira (28). Nesta terça-feira (4), a mulher, que é operadora de máquinas, revelou momentos de terror, contou que as agressões ocorrem há muito tempo e que ela manteve o casamento por causa dos dois filhos. O pastor, que está solto, assumiu em um vídeo ter ateado fogo na casa, mas negou as agressões.

A mulher contou que estava em casa, arrumando seu uniforme para trabalhar no dia seguinte, quando ouviu um barulho. "Ouvi o carro chegando e minha moto caindo. Ele derrubou minha moto e já entrou me batendo, me agredindo, me dando socos na cabeça, chutes, me deu um mata-leão também e falou 'eu vou te matar, e essa casa aqui não vai ficar comigo e nem com você", relatou. No momento das agressões, os filhos estavam na casa da avó.

Ainda de acordo com ela, o pastor foi ao banheiro, pegou um rolo de papel higiênico, um isqueiro, colocou fogo e jogou na cama. A mulher contou ainda que tentou apagar o fogo jogando água na cama com uma vasilha. "Nisso, ele me empurrou para o quarto, desenrolou mais papel higiênico, jogou no guarda-roupas e me trancou dentro do quarto. O fogo, que já estava na cama, se alastrou rapidamente para o guarda-roupas e queimou todas minhas coisas. Na sexta-feira (28), eu tinha tirado meu salário e estava no guarda-roupa. Queimou tudo... documentação e as roupas dos meus filhos".

Em seguida, contou, o marido ateou fogo na motocicleta dela. "Perdi tudo. Inclusive, não tem como morar na minha casa. Os bombeiros já falaram que a casa está interditada, porque a gravidade do fogo causou rachaduras enormes na parede", disse a vítima, que conta com doações de amigos.

A operadora de máquinas afirmou que os filhos estão abalados e que ela estava em processo de separação. "Sempre teve agressão. Inclusive, meu filho tem dois anos e, quando eu estava grávida de cinco meses, tenho até Boletim de Ocorrência, ele me agrediu por causa de casa e bens materiais. Ele é nomeado como pastor, a polícia entrou dentro da igreja e o prendeu. Ele ficou preso e tive medida protetiva. Foi uma gravidez bem turbulenta e meu filho nasceu até com problema no coração", disse ela, que resolveu manter o relacionamento por causa do filho. "Mas ele não mudou", disse.

Em vídeo divulgado em aplicativos de mensagens, o pastor negou as agressões, mas assumiu ter ateado fogo na casa. "Botei fogo na casa, que é minha. Eu comprei, a casa é do pastor Elias. A casa é minha. Entendeu? Só que eu acho injusto, porque ela me traiu", disse.